Alimentação

Alimentação

5 de abril de 2019
por Amanda Ribeiro -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


Uma em cada cinco mortes no mundo em 2017 esteve relacionada a uma alimentação ruim, seja por consumo excessivo de sal, açúcar ou carne, ou por carência de cereais integrais e frutas, afirma um estudo divulgado na revista The Lancet.

Quase todas as 11 milhões de mortes foram provocadas por doenças cardiovasculares e as demais por câncer ou diabetes tipo 2, associada geralmente à obesidade e ao modo de vida (sedentarismo, alimentação desequilibrada), destaca a pesquisa.

O estudo está alinhado com outros dois relatórios publicados em janeiro que ressaltaram o vínculo entre alimentação, meio ambiente e mudança climática.

“Estes três fenômenos interagem: o sistema alimentar não é apenas responsável pelas pandemias de obesidade e desnutrição, como também gera entre 25 e 30% das emissões de gases do efeito estufa”, afirmam os especialistas, que apontam em particular a pecuária.

Confira o infográfico O Caminho da Comida da organização não-governamental  WWF no link abaixo:

O Caminho da Comida (PDF)

Para alimentar de maneira saudável os 10 bilhões de seres humanos que a Terra deve ter em 2050 e, ao mesmo tempo, proteger o meio ambiente, um dos estudos já defendia a divisão por dois do consumo mundial de carne vermelha e de açúcar, além de dobrar a ingestão de frutas, verduras e nozes.

Por outro lado, alcançar o objetivo recomendado de comer cinco frutas e verduras por dia representaria apenas 2% da renda familiar nos países ricos, porém mais da metade nos países mais pobres.

O estudo publicado nesta quinta-feira sobre 195 países calcula que mais de metade das mortes em 2017 foram provocadas por carências de nozes, grãos integrais, leite e cereais integrais. Ao mesmo tempo, as bebidas açucaradas, carnes processadas e os sal registram um consumo em excesso.

Quase 2 bilhões de pessoas estão “sobrealimentadas”, enquanto um bilhão sofrem desnutrição, segundo a ONU.

“O estudo mostra o que muitos pensam há vários anos: uma alimentação ruim é o principal fator de risco de morte prematura no mundo”, afirmou um dos autores, Christopher Murray, que dirige o Instituto de Metrologia e Avaliação da Saúde, organismo financiado pela fundação Bill e Melinda Gates.

“A falta de frutas, verduras e cereais em nossa alimentação é uma constante no mundo, assim como o excesso de sódio”, destaca.

O trabalho oferece uma classificação dos 195 países estudados. Israel, França e Espanha são, nesta ordem, os três cujos hábitos alimentares causam menos mortes, com menos de 90 mortes por 100.000 habitantes (cerca de 40.000 no caso espanhol, 10% do total). São seguidos pelo Japão e Andorra. O primeiro país americano é o Peru (9º lugar), vindo depois as Bermudas (18), Porto Rico (20) e Canadá (22). O primeiro africano é Ruanda (41), seguido pela Nigéria (42), logo antes dos Estados Unidos (43). Das grandes potências, a Rússia é a 171ª dos 195; Itália, a 10ª; Reino Unido, a 23ª; Alemanha, a 38ª; China, a 140ª. O México está classificado em 57º; Argentina, em 62º e o Brasil, em 50º. Fecham a lista três países do Pacífico, Vanuatu, Papua Nova Guiné e Ilhas Marshall, e depois o Afeganistão e o Usbequistão.

Os autores mencionam, no entanto, a disparidade na obtenção de dados para cada um dos regimes alimentares: as informações sobre obesidade estavam disponíveis em 95% dos países, mas os número sobre o consumo de sódio em apenas 25% dos países.

Os autores admitem que o vínculo entre alimentação e morte não pode ser estabelecido com tanta certeza como com outros fatores de risco, como por exemplo o tabaco.


Fonte: https://exame.abril.com.br/ciencia/ma-alimentacao-esta-relacionada-com-uma-em-cada-cinco-mortes-no-mundo e https://brasil.elpais.com/brasil/2019/04/03/ciencia/1554274622_103802.html

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