Amigos imaginários

Amigos imaginários

7 de dezembro de 2018
por Amanda Ribeiro -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


Timidez? Solidão? Nada disso! Os amigos imaginários são fenômenos comuns da infância, relacionados à brincadeira de faz-de-conta e dizem muito sobre a criatividade e a imaginação das crianças.

O faz-de-conta surge entre os 18 e 24 meses de vida e se encontra muito presente na idade pré-escolar. Esta forma de brincadeira permite que a criança vá para além da sua situação ambiental e concreta, operando criativamente no campo cognitivo e imaginário. A imaginação não surge do “nada”, pois, enquanto brinca, vários elementos da realidade e das relações que a criança vivencia aparecem. O “brincar de escola”, por exemplo, demonstra como ela compreende e aprende a se comportar na sua própria escola.

Dentro do faz-de-conta estão os amigos imaginários, que surgem entre os dois e três anos e podem ser compreendidos enquanto um jogo de papéis com uma pessoa ou criatura imaginária, cuja identidade permanece estável por um período e se torna uma companhia para a criança.

Os personagens variam em vivacidade, personalidade e nível de conexão com a realidade infantil. Podem ser personagens de filmes, brinquedos reais, a própria imagem no espelho, partes do corpo, desenhos, dentre outros. Podem variar em relação à persistência no tempo, sendo estáveis e perdurar por meses, ou mais passageiros, sendo constantemente atualizados.

Variam também em quantidade, podendo ser únicos, dois ou vários - como o caso de uma criança que narrou um “exército de marcianos”. Há também aquela que atribui ao ser imaginário o papel do “melhor amigo”, que acompanha, acolhe, aconselha e compartilha dos melhores e piores momentos de sua vida. Esse amigo pode ter um lugar reservado na mesa do jantar, na cama, na garupa da bicicleta e até na escola. A relação da criança com esse amigo pode ser tanto amigável quanto conflituosa, como um personagem que prega peças e faz com que compre mais cartas no jogo de cartas UNO.

Ao contrário da ideia de “anormalidade”, ter um amigo imaginário demanda muita imaginação e inteligência por parte da criança. Quando brincam desta forma, elas exploram ao máximo suas potencialidades criativas. Eles podem servir como companhia, diversão, conforto emocional, enfrentamento do medo e barganha (levando a culpa pela bagunça da criança, por exemplo). Ajudam no desenvolvimento cognitivo, do pensamento abstrato e da criatividade, além da compreensão das relações sociais.

A brincadeira colabora essencialmente no desenvolvimento infantil, o que faz com que esse fenômeno seja tão rico nos primeiros anos de vida e auxilie a criança a lidar com as demandas da escola, da família e suas próprias necessidades.

Fonte: Texto adaptado: https://novaescola.org.br/conteudo/14391/educacao-infantil-amigos-imaginarios-podem-entrar-na-sala-de-aula

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