Assembleia da ONU

Assembleia da ONU

25 de setembro de 2018
por Amanda Ribeiro -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


Nesta terça-feira, 25 de setembro, acontecerá  a  73ª Assembleia Geral das Nações Unidas. O Brasil é sempre o primeiro país a discursar desde a décima sessão da cúpula, em 1955. A Assembleia Geral acontece todo mês de setembro, em Nova York. 

Embora a tradição não venha de nenhum norma oficial da ONU, um representante brasileiro sempre faz o discurso de abertura da Assembleia Geral. O Brasil é um dos 51 Estados fundadores da organização em 1945 — na época, os territórios da maioria dos 193 países que hoje integram a organização ainda estavam sob domínio colonial. 

Além disso, Oswaldo Aranha — ministro de Relações Exteriores do governo de Getúlio Vargas, que levou o Brasil à Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados, e depois chefe da delegação brasileira na ONU — teve papel relevante nas negociações que levaram à criação da organização. Aranha presidiu a primeira sessão especial da Assembleia e a segunda sessão ordinária em 1947. Nesses dois encontros, foi aprovada a criação do Estado de Israel, com voto favorável do Brasil. 

No livro "O sexto membro permanente: o Brasil e a criação da ONU", o diplomata Eugênio Vargas Garcia relata que o governo de Franklin Roosevelt, que liderou os Estados Unidos na Segunda Guerra, havia prometido ao Brasil uma cadeira permanente no Conselho de Segurança na nova organização. Com a morte de Roosevelt em abril de 1945, um mês antes do fim do conflito, e sua substituição pelo vice, Harry Truman, a promessa foi deixada de lado. A contenção dos soviéticos na Europa e no extremo oriente se tornariam as prioridades americanas no início da Guerra Fria. 

Até 1954, o Brasil abriu a Assembleia Geral em três ocasiões. Somente a partir de 1955, em reconhecimento ao papel desempenhado por Aranha nos primórdios da ONU, passou a abrir os discursos da Assembleia Geral. Os Estados Unidos, o anfitrião, são o segundo país a falar. Para as demais nações, a ordem é baseada no nível de representação (chefe de Estado, ministro ou embaixador), preferência e outros critérios.  

Importância de Oswaldo Aranha 

Nos dias anteriores à sessão da ONU que aprovou a partilha da Palestina, sob mandato britânico desde o fim do Império Otomano, em um Estado judaico e outro árabe, o ministro brasileiro também se mobilizou para garantir que a votação não fosse adiada. O Brasil apoiava a solução de dois Estados. 

Oswaldo Aranha nasceu em Alegrete no Rio Grande do Sul, em 15 de fevereiro de 1884. Formou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro no ano de 1916. Participou das articulações para depor o presidente Washington Luis e levar Getúlio Vargas ao poder na Revolução de 1930. Tornou-se ministro da Justiça e da Fazenda em 1931, foi embaixador em Washington entre 1933 e 1937 e ministro das Relações Exteriores de 1938 a 1944.

Em 1947, Aranha teve seu nome cogitado como candidato ao Nobel da Paz. Sua candidatura foi apoiada por 15 delegações de países da então União Pan-Americana, sendo defendida também por entidades sionistas americanas, segundo informações do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getulio Vargas. O prêmio, no entanto, foi dado aos Conselhos dos Quakers (do Reino Unido e EUA). 

Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo/entenda-por-que-brasil-o-primeiro-discursar-na-assembleia-geral-da-onu-23098892?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo

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