Burocracia ameaça matrícula em faculdade
A uma semana da matrícula, alunos da rede particular de ensino do Rio aprovados em dois dos vestibulares mais difíceis do país estão com a inscrição ameaçada na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na Universidade Federal Fluminense por causa de burocracia e da falta de funcionários da Secretaria Estadual de Educação.
Uma resolução de 2005 do Conselho Estadual de Educação só permite que os colégios liberem os históricos escolares mediante análise e carimbo da secretaria, que não dispõe de funcionários suficientes para a tarefa, como o próprio órgão admite.
O edital da UFRJ exige o histórico escolar, e Roberto Vieira, diretor do Departamento de Registro de Estudantes (DRE), afirmou que não poderá garantir a vaga. "Não vamos matricular o aluno. O que podemos fazer é uma reserva de vaga para o candidato obter a documentação exigida, mas só até a primeira reclassificação. Não posso comprometer quem está na lista de espera."
A Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, também exige o histórico escolar e certificado de conclusão do ensino médio, mas admite matricular os alunos mediante a assinatura de um termo de compromisso com prazo definido para apresentação dos documentos necessários, segundo a diretora do Departamento de Administração Escolar da UFF, Soraya Hippert.
O engenheiro Mauro Cudischevitch passou os últimos dias ao telefone tentando resolver a situação da filha Cecília, 17, aluna do tradicional Colégio Santo Inácio, em Botafogo, aprovada em 8º lugar em Biomedicina na UFRJ.
"É kafkiano. Milhares de alunos podem perder a matrícula. Na secretaria, a encarregada me disse que não vai ter inspetor, porque eles são poucos, tem gente em férias, de licença e cem escolas para atender", conta o engenheiro.
No Santo Inácio, o auxiliar de secretaria Almir Ribeiro Jr. informou que a escola espera os inspetores e está fornecendo certidão provisória para a matrícula. No Colégio Princesa Isabel, Amirte Flora, auxiliar de secretaria, afirma que o colégio vai enviar às universidades um ofício explicando a situação.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que iniciou ontem sua pré-matrícula, informou que não está fazendo restrição por conta do problema.
Em São Paulo, quando os alunos se formam no ensino médio, as informações são enviadas pelos colégios para a Secretaria Estadual da Educação, e o estudante fica com o histórico escolar. Ao se inscrever em uma universidade, a instituição envia o histórico para a secretaria, que confere os dados.
Outro lado
A Secretaria de Estado de Educação admite enfrentar escassez de inspetores.
O subsecretário de Educação, Carlos Guimarães, demonstrou surpresa com o problema e prometeu solucioná-lo. "Para mim, isso não estava acontecendo."
Ele informou que a secretaria está em processo de contratação de pessoal por concurso público.
Ontem à tarde, após a Folha falar com o subsecretário, alunos do Santo Inácio foram informados que um representante iria ao local liberar os documentos.
Uma resolução de 2005 do Conselho Estadual de Educação só permite que os colégios liberem os históricos escolares mediante análise e carimbo da secretaria, que não dispõe de funcionários suficientes para a tarefa, como o próprio órgão admite.
O edital da UFRJ exige o histórico escolar, e Roberto Vieira, diretor do Departamento de Registro de Estudantes (DRE), afirmou que não poderá garantir a vaga. "Não vamos matricular o aluno. O que podemos fazer é uma reserva de vaga para o candidato obter a documentação exigida, mas só até a primeira reclassificação. Não posso comprometer quem está na lista de espera."
A Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, também exige o histórico escolar e certificado de conclusão do ensino médio, mas admite matricular os alunos mediante a assinatura de um termo de compromisso com prazo definido para apresentação dos documentos necessários, segundo a diretora do Departamento de Administração Escolar da UFF, Soraya Hippert.
O engenheiro Mauro Cudischevitch passou os últimos dias ao telefone tentando resolver a situação da filha Cecília, 17, aluna do tradicional Colégio Santo Inácio, em Botafogo, aprovada em 8º lugar em Biomedicina na UFRJ.
"É kafkiano. Milhares de alunos podem perder a matrícula. Na secretaria, a encarregada me disse que não vai ter inspetor, porque eles são poucos, tem gente em férias, de licença e cem escolas para atender", conta o engenheiro.
No Santo Inácio, o auxiliar de secretaria Almir Ribeiro Jr. informou que a escola espera os inspetores e está fornecendo certidão provisória para a matrícula. No Colégio Princesa Isabel, Amirte Flora, auxiliar de secretaria, afirma que o colégio vai enviar às universidades um ofício explicando a situação.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que iniciou ontem sua pré-matrícula, informou que não está fazendo restrição por conta do problema.
Em São Paulo, quando os alunos se formam no ensino médio, as informações são enviadas pelos colégios para a Secretaria Estadual da Educação, e o estudante fica com o histórico escolar. Ao se inscrever em uma universidade, a instituição envia o histórico para a secretaria, que confere os dados.
Outro lado
A Secretaria de Estado de Educação admite enfrentar escassez de inspetores.
O subsecretário de Educação, Carlos Guimarães, demonstrou surpresa com o problema e prometeu solucioná-lo. "Para mim, isso não estava acontecendo."
Ele informou que a secretaria está em processo de contratação de pessoal por concurso público.
Ontem à tarde, após a Folha falar com o subsecretário, alunos do Santo Inácio foram informados que um representante iria ao local liberar os documentos.