Mercado de Trabalho

Mercado de Trabalho

16 de março de 2018
por Amanda Ribeiro -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


Em toda a América, jovens estudantes se perguntam: O que eu quero ser ?.  Aconselhados a se concentrar nas habilidades ligadas às áreas de conhecimento de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, ou as chamadas habilidades STEM ( acrônimo em inglês usado para designar as quatro áreas do conhecimento: Science, Technology, Engineering, and Mathematics) jovens acreditam que esta seja a única maneira de se inserir no mercado de trabalho em mundo em fluxo.

Contudo, dois estudos recentes de sucesso no local de trabalho contradizem a sabedoria convencional sobre as "habilidades difíceis". Surpreendentemente, essa pesquisa vem de uma das empresas mais representativas do universo tecnológico: a Google.

Sergey Brin e Larry Page, ambos brilhantes cientistas da computação, fundaram sua empresa na convicção de que apenas os experts em tecnologia poderiam desenvolvê-la. A empresa originalmente definiu seus algoritmos de contratação para classificar os melhores estudantes de ciência da computação oriundos das melhores universidades.

Em 2013, a startup decidiu testar sua hipótese de contratação, analisando todos os dados de contratação, demissão e promoção acumulados desde a sua incorporação em 1998.


O Projeto Oxygen chocou a todos ao concluir que, entre as oito qualidades mais importantes dos melhores funcionários do Google, as habilidades STEM vem em última instância.

As sete principais características que impactam os resultados da empresa - ser um bom treinador; comunicar e ouvir bem; possuir insights sobre outros (incluindo outros valores e pontos de vista diferentes); ter empatia e apoiar seus colegas; ser crítico e solucionador de problemas; e poder fazer conexões entre ideias complexas- são todas habilidades subjetivas.

E, essas características não são comuns ao perfil de um programador. Será que os profissionais do Google teriam sucesso independentemente da capacidade técnica? Depois de trazer antropólogos e etnógrafos para mergulhar ainda mais nos dados, a empresa ampliou suas práticas de contratação, inclui as habilidades “softs” e diversificou os perfis de contratação.

O projeto Aristóteles, divulgado em 2017, apoia ainda mais as habilidades “softs”, também conhecidas como socioemocionais, nos ambientes de alta tecnologia. O projeto analisou dados sobre dois tipos distintos de equipes na empresa—altamente especializadas e demais funcionários— e o resultado concluiu que as ideias mais produtivas provinham do segundo grupo de funcionários.

O projeto mostra que as melhores equipes do Google exibem uma variedade de habilidades socioemocionais: igualdade, generosidade, curiosidade em relação às ideias de seus companheiros de equipe, empatia e inteligência emocional. E no topo da lista está a segurança emocional.Para ter sucesso, cada membro da equipe deve se sentir confiante para apresentar suas propostas e cometer erros. Eles devem saber que estão sendo ouvidos.


Os estudos do Google concordam com outros estudos que tentam entender o segredo de um excelente futuro empregado. Uma pesquisa recente de 260 empregadores pela Associação Nacional de Colégios e Empregadores sem fins lucrativos, que inclui empresas pequenas e gigantes como a Chevron e a IBM, também classifica as habilidades de comunicação como uma das três principais qualidades mais procuradas pelos recrutadores de emprego. Eles reverenciam no candidato a capacidade de se comunicar com a equipe e a aptidão para transmitir o produto e a missão da empresa fora da organização.

As habilidades STEM são vitais para o mundo em que vivemos hoje, mas a tecnologia sozinha, como insistiu Steve Jobs, não é suficiente. Precisamos desesperadamente da experiência daqueles que são educados para o humano, o cultural e o social, bem como o computacional.

Nenhum aluno deve ser impedido de se especializar em uma área que eles amam com base em uma falsa ideia do que eles precisam para ter sucesso. As habilidades amplas de aprendizado são a chave para carreiras de longo prazo, satisfatórias e produtivas. O que ajuda você a prosperar em um mundo em mudança não é ciência do foguete. Você pode ser um cientista social ou até mesmo um profissional da Arte que contribua não só com sua força de trabalho pronta, mas sobretudo, estando realmente preparado para o mundo.

Fonte: https://www.washingtonpost.com/news/answer-sheet/wp/2017/12/20/the-surprising-thing-google-learned-about-its-employees-and-what-it-means-for-todays-students/?utm_term=.5b8fd2d16610

Compartilhe:
Facebook Tweet