Os pais devem ajudar os filhos nas lições de casa?

Conforme as crianças avançam nos anos escolares, as lições de casa se tornam cada vez mais complexas, principalmente no que concerne às disciplinas consideradas mais difíceis. Surge, então, o seguinte dilema: os responsáveis devem ajudar seus filhos nesse momento ou esse apoio é dispensável, podendo até mesmo atrapalhar o desenvolvimento dos alunos?  

Disciplinas como a Matemática são, comumente, entendidas como mais difíceis de aprender. Consequentemente, é para a realização das tarefas de casa referentes a essas que os alunos pedem auxílio a seus pais . Porém, as opiniões se divergem  quanto a fazer a tarefa sozinho ou receber assistência. Enquanto alguns discentes acreditam que o apoio dos pais é dispensável - "Minhas amigas costumam estudar sempre com os pais, mas acho que elas deveriam fazer isso sozinhas", Manuella Silva, de 8 anos - outros pedem ajuda quando consideram algumas tarefas muito complicadas - "Procuro minha mãe, principalmente nas contas difíceis", Luiz Henrique, de 8 anos. Segundo a psicóloga Daniella Freixo de Faria, é importante deixar a criança sentir que conseguiu resolver o problema. "É como a bicicleta, na hora que você tira a rodinha, vai sozinho." Esse é o caso de crianças que, aos poucos, ganham autonomia e independência ao estudarem. Uma pesquisa da Universidade de Harvard, 2013, por sua vez, sugere que o auxílio dos adultos não melhora o desempenho dos filhos na escola a longo prazo e pode até atrapalhá-los.  

Não há uma fórmula que ensine os responsáveis a lidar com essa situação, tampouco que diga quanto tempo os filhos devem ser acompanhados, haja vista que cada criança apresenta personalidade e dificuldades de aprendizado singulares. Todavia, é importante atentar para algumas dicas dadas por especialistas. Tais como: ajudar as crianças a encontrar as respostas, sem corrigir ou fazer as tarefas no lugar das mesmas; propiciar um ambiente que seja favorável ao estudo, isto é, calmo, arejado e iluminado e estimular a autonomia da criança, contribuindo apenas quando necessário.  Quanto à idade limite para frear o auxílio, essa é relativa, porque depende do grau de confiança adquirido.