Paternidade

Paternidade

2 de dezembro de 2016
por Amanda Cordeiro Ribeiro -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


As atitudes dos homens em relação à paternidade influenciam significativamente no desenvolvimento da criança. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, publicado no jornal médico “BMJ Open”, filhos de pais confiantes e que abraçam a paternidade são menos propensos a apresentar problemas de comportamento antes da adolescência.

A pesquisa foi realizada com mais de 6 mil crianças que tiveram convívio com os pais juntos até pelo menos os oito meses de idade. Os pais submeteram-se ao estudo respondendo a questões sobre comportamento, saúde mental e referentes ao convívio com os filhos e, entre 9 e 11 anos depois, submeteram-se à um novo questionário.

Em análise, estavam três fatores: em primeiro lugar, a resposta emocional dos pais para com os filhos; em segundo, a frequência com que os pais se envolviam em atividades relacionadas com os cuidados das crianças ou domésticas; por último, o sentimento de segurança que sentiam no papel de pai.

Mediante os resultados, os investigadores conseguiram perceber que os filhos de pais que, no início da vida da criança, apresentavam uma resposta emocional positiva em relação à paternidade e se sentiam seguros no papel de pai tinham menor probabilidade de vir a desenvolver problemas de comportamento. 

Para além de tudo isto, os investigadores concluíram que os pais envolvidos positivamente podem também influenciar os seus filhos indiretamente, ao serem uma fonte de apoio emocional e instrumental para as mães que prestam uma assistência mais direta às crianças. A mãe tem menor probabilidade de desenvolver problemas como a depressão, que, segundo outros estudos, pode influenciar negativamente o comportamento dos filhos.

De acordo com o psicólogo Tarcísio Tavares, o homem tem percebido que criar vínculos afetivos com seus filhos é extremamente positivo, não só para as crianças, mas também para eles mesmos:

— Em geral, no passado, o homem demonstrar sentimento em relação ao filho era sinal de fragilidade e se limitavam, portanto, apenas a impor disciplina. De lá para cá, aumentou muito a preocupação com a educação e o caráter dos filhos — explica Tarcísio.

Ausência dos pais traz um desequilíbrio

Ainda segundo o estudo da Universidade de Oxford, os pesquisadores descobriram que as crianças que desempenhavam um papel positivo dentro da estrutura familiar, tinham menos chances de mostrar dificuldades comportamentais nas idades entre nove e 11 anos. 

A psicóloga Ana Siqueira explica que a presença paterna na família é diferente e complementar à materna. A falta de qualquer uma dessas figuras, porém, pode causar um desequilíbrio no desenvolvimento da criança:

— Não é apenas uma questão de satisfazer as necessidades físicas ou financeiras dos filhos. Eles procuram nos pais um modelo para se identificarem. Se o pai está ausente, outros modelos virão ocupar esse vazio, com grande probabilidade de não serem modelos propriamente exemplares. O mesmo acontece com a figura materna.

 

Fonte: http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/estudo-diz-que-as-atitudes-paternas-influenciam-no-comportamento-da-crianca-20550165.html#ixzz4RgR9ZH3k

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