Poluição nos mares

Poluição nos mares

1 de junho de 2018
por Amanda Ribeiro -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


A Comissão Europeia propôs, na semana que antecede a Semana do Meio Ambiente (de 1º a 5 de junho), a redução da quantidade de material plástico descartado após um só uso, focando nos mais comuns, como canudos, cotonetes, talheres descartáveis e artigos de pesca.

A medida dá continuidade à guerra contra o plástico travada pelo continente pelo menos desde 2015, quando o bloco aprovou uma diretiva pela redução de sacolas plásticas pelos países-membros.

A maior preocupação dos autores do projeto mais recente é o efeito desse descarte pouco consciente no meio ambiente. De acordo com o órgão, o plástico representa de 80% a 85% de todo lixo encontrado nas praias europeias. A dezena de produtos escolhida como alvo pela Comissão responde por cerca de 86% desse total.

Ao ser descartado, esse lixo deixa de ser reciclado e afeta a vida marinha. “Descarte de plástico inegavelmente é uma grande questão e os europeus precisam agir juntos para combater esse problema”, disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, responsável pela proposta.

Sua ideia é reduzir a presença de plásticos de uso único das prateleiras dos supermercados, banindo alguns tipos de produtos – os quais contam com alternativas mais limpas para sua fabricação, como canudos de papel ou metal – e exigindo a redução do uso de outros.

Futuro sem plástico

A diretiva – ato legislativo que impõe uma obrigação de longo prazo aos membros do bloco – ainda tem que ser aprovada pelos 28 governos da União Europeia e pelo Parlamento Europeu.

A Comissão pede que o assunto seja tratado como prioridade. Além da razão ambiental, a série de medidas tem uma finalidade econômica.

De acordo com o texto da proposta, as restrições gerariam uma redução de danos ambientais que custariam à União Europeia o equivalente a 22 bilhões de euros até 2030. Quanto ao bolso doS europeus, deixar de comprar itens de plástico descartáveis pode promover uma economia de 6,5 bilhões de euros. 

O objetivo da proposta é, além de combater o problema em águas europeias, tornar a medida uma referência global. “Assumindo a frente, a União Europeia estará em uma posição de peso para realizar mudanças em nível global”, diz a proposta.

Segundo o jornal The New York Times, países do bloco como Dinamarca, França, Bélgia, Itália e Portugal já adotaram medidas contra produtos descartáveis de plástico nos últimos anos. Além disso, a proposta também já mostrou ser bem aceita pela maioria da população europeia (uma pesquisa feita pela Comissão teve retorno positivo de 85% dos respondentes), mas sua aprovação não deve vir antes de uma onda de resistência pelas fabricantes.

“Esperamos uma grande reação dos produtores nos próximos meses (...) que insistem que iniciativas voluntárias são suficientes para acabar com a crise do plástico", disse ao New York Times Vicky Cann, da Corporate Europe Observatory, organização que monitora lobby empresarial no bloco. “No fim, a proposta de hoje é tão boa quanto a sua eventual implementação, que se dará depois do que certamente será uma feroz batalha de lobby.”

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/05/29/A-proposta-europeia-para-reduzir-produ%C3%A7%C3%A3o-de-pl%C3%A1stico-e-seu-descarte-no-mar

Compartilhe:
Facebook Tweet