A crise nos países árabes do norte da África – causas e consequências

A crise nos países árabes do norte da África – causas e consequências

3 de março de 2011
por Ricardo Abrate Luigi Junior -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


 Professores Ricardo Luigi, Luiz Antônio Freire e Charles Pennaforte

 
No dia 14/01/2011 o presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, deixou o poder após uma ditadura de 23 anos. Mais do que um fato histórico para o país, a saída do ditador tunisiano deflagrou uma onda de protestos e levantes populares no Norte da África e no mundo árabe em geral. Logo após a Tunísia, o primeiro país a ser atingido pela movimentação popular foi o Egito. No dia 11/02/2011, após quase 30 anos no poder, o presidente do Egito Hosni Mubarak renunciou. A crise no Egito teve mais impacto no mundo pela importância do país, e, mais ainda, pela suposta solidez do regime do ditador egípcio.

Causas da crise

 Pelo fato de diversos países estarem envolvidos, fica difícil precisar uma causa única para essa crise. Podem ser listados, entre os principais motivos: a insatisfação do povo com a falta de liberdade política, já que os regimes totalitários nesses países duram décadas; a frustração das populações jovens, já que as novas gerações anseiam por liberdade e vislumbram isso através da Internet; a crise econômica mundial, que de certa forma aumentou o desemprego, a miséria e falta de perspectivas das populações pobres desses países.
 

Consequências (Geo)Políticas

A consequência mais imediata é o fim de regimes ditatoriais. Só não se sabe se serão sucedidos por regimes democráticos ou por ditaduras de cunho religioso. Além disso, essas revoltas hão de promover um reordenamento geopolítico da região, já que muitos desses países eram aliados dos EUA, e agora não se sabe para que lado irão pender. Além disso, teme-se um acirramento dos conflitos árabe-israelenses.
           

Consequências Econômicas

O principal efeito na economia mundial foi o já sentido aumento do preço dos barris de petróleo. Sabe-se que a região concentra a maior parte dos países produtores de petróleo, e por conta disso, alterações nesses Estados certamente vão provocar um novo padrão nos preços da commodity. Mesmo que a democracia se instaure nesses países, o preço do petróleo deve subir, já que os preços atuais foram mantidos à base da exploração dos países em meio a acordos escusos. Em âmbito nacional, espera-se que a consequência seja a diminuição da desigualdade social.
 

Expectativas

Como efeito do sucesso da revolta egípcia, surgiram ecos perceptíveis em Líbia, Iêmen, Argélia, Jordânia, Bahrein e Marrocos. Em outros países já se notam algumas sublevações, caso de Irã, Iraque, Kuwait, Omã, Dijibuti, Sudão, Etiópia, Camarões, Angola, Zimbábue, Gabão e, por mais incrível que pareça, até mesmo na China.
O mundo assiste ao transbordamento dessa crise na expectativa de que o final seja mais propício à disseminação da democracia que à generalização do derramamento de sangue, o que já é visto na Líbia, onde o governo ataca os manifestantes. Além disso, novas tensões entre Irã e Israel e deslocamento de tropas americanas sugerem um outro possível final. Daí, então, os conflitos descambariam de uma guerra civil para uma guerra internacional.
 

MAPA DO NORTE DA ÁFRICA E ORIENTE MÉDIO

Fonte da imagem: http://acessa.me/das2

 


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