Achado planeta habitável fora do sistema solar

Achado planeta habitável fora do sistema solar

25 de abril de 2007
por João Marques -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


PARIS – Cientistas de três centros de pesquisa – um francês, um português e outro suiço – descobriram o primeiro planeta fora do sistema solar que, por suas características de temperatura e composição, pode ser habitado. O estudo será divulgado na próxima edição da revista "Astronomy and Astrophysics".

Simulação de um planeta com as condições de vida semelhantes às da Terra.

De acordo com o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) da França, o planeta está a 20,5 anos-luz da Terra, na constelação de Libra, e gira em volta de uma estrela anã vermelha, a Gl581, uma das mais próximas de nosso sistema solar. Segundo os modelos usados pelos pesquisadores – que trabalharam em conjunto com o Observatório de Genebra e o Centro de Astronomia de Lisboa -, a temperatura se mantém entre 0 e 40 graus Celsius, compatível com a presença de água líquida na superfície. Uma condição básica para a existência de vida tal como a conhecida na Terra, explica Stephane Udry, do Observatório de Genebra, na Suíça, um dos autores do estudo sobre a descoberta.

O planeta parece ter uma constituição rochosa, coberta por um oceano, como na Terra, e leva 13 dias para percorrer sua órbita entorno da estrela Gl581. A gravidade na sua superfície é 2,2 vezes maior que a da Terra, a sua massa é cinco vezes superior à do nosso planeta e o seu raio é 1,5 vez maior.

Diante das condições de temperatura e da proximidade do sistema solar, a equipe que fez a descoberta considera que se trata de um planeta apto a receber missões dedicadas a investigação de vida extraterrestre, em particular com o satélite de Darwin, que tem lançamento previsto pela Agência Espacial Européia para 2015.

Os mesmos pesquisadores já haviam localizado em 2005 outro planeta do sistema dessa mesma estrela, que percorre sua órbita em 5,4 dias. Agora, também perceberam um terceiro, que leva 84 dias para dar uma volta em torno da Gl581.

Para fazer estas descobertas, os astrônomos utilizaram um aparelho de última geração, instalado no telescópio gigante de La Silla, em pleno deserto do Atacama, no Chile.

Fonte: O Globo Online - EFE

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