Caderno Atualidades – Vol. 5
Apresentamos o quinto volume do Caderno Atualidades e para baixá-lo, clique aqui.
A política é o fio condutor dos diferentes artigos que compõem esse quinto número do nosso Caderno Atualidades. Política no sentido da construção da ética, da liberdade e da justiça a partir de uma pluralidade de atores com distintos interesses, mas também política no sentido da prática (o voto, a participação, a desobediência e a manifestação). Eis a promessa da política: a constante desconstrução e reconstrução do mundo a partir do diálogo e da ação, prenhes de razão e emoção.
O primeiro texto tem o título de A dura tarefa de se opor ao que está dando certo, escrito pelo economista Ladislau Dowbor. Nesse artigo, discute-se os avanços e os desafios do Brasil em múltiplas dimensões (econômica, política, social e cultural) a partir dos esclarecimentos do autor sobre o que é ser “oposição” e acerca da utilização oportunista de mobilizações e reivindicações.
Dando sequência à dura tarefa de participar politicamente sem ser oportunista, mas com senso de oportunidade, o segundo texto, Entenda o que são: constituinte, plebiscito e reforma política, aborda os sentidos de um plebiscito voltado à constituição de um processo constituinte para a realização de uma reforma política no Brasil. Nesse sentido, a relação entre democracia representativa e participativa vem à tona a partir da participação popular.
Manifestações de junho de 2013: qual é o saldo dos protestos um ano depois? é o terceiro texto do Caderno Atualidades e desvenda os horizontes e desafios das mobilizações, indicando suas possíveis conquistas e realizações, assim como apontando para a seguinte questão: é o resultado necessário à realização da política?
Como uma possível resposta, surge Hong Kong promete “desobediência civil” por controle chinês sobre eleição, desafiando a política enquanto representação a partir da luta por autonomia por parte dos cidadãos da “província rebelde”.
Sendo a justiça um dos pressupostos à política e um dos horizontes delineados pelo pensamento e pela ação, em Justiça com as próprias mãos: linchamentos desafiam ordem e Estado resgatamos os questionamentos sobre ordem e desordem já trabalhados direta ou indiretamente nos textos anteriores. A partir do texto, é possível tecer questionamentos sobre a legitimação do Estado pela população no que concerne à justiça, fazendo alusão à emergência de “justiceiros” na mídia.
No texto Em defesa das revoltas de Ferguson nos EUA é possível relacionar violência, manifestação e revolta às questões raciais e urbanas, construindo, por fim, a ideia de que razão e emoção, diálogo e ação são inerentes à política.
Não deixando de inserir o papel do desenvolvimento tecnológico, envolto de questões éticopolíticas, em Mosquito transgênico é liberado para combater a dengue no Brasil vem à tona os questionamentos sobre bioética, fundamental aos inúmeros desafios políticos do século XXI.
Resgatando as palavras de Hanna Arendt, filósofa política alemã de origem judaica, é muito difícil entendermos que há uma esfera em que podemos ser efetivamente livres, isto é, nem movidos por nós mesmos, nem dependentes dos dados da existência material. A liberdade só existe no singular espaço intermediário da política. E nós queremos escapar dessa liberdade na ‘necessidade’ da história.
Um total absurdo.
Boa leitura!!!