Desastre em Mariana

Desastre em Mariana

26 de novembro de 2015
por Amanda Cordeiro Ribeiro -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


No dia 5 de novembro, a barragem da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, rompeu-se, causando uma grande enxurrada de 62 milhões de metros cúbicos de lama. A lama percorreu cerca de 700 km indo do município mineiro de Mariana (MG) e desembocando no litoral do Espírito Santo.

As graves consequências deste deslocamento afetaram diferentes municípios causando morte de pessoas, desequilibrando os ecossistemas locais, além de devastar Bento Rodrigues, que é um subdistrito de Mariana (MG). 

 

                                                          

Fonte: http://infografire.blogspot.com.br/

Do caos à lama

Sabe-se que esse acidente, devido a sua complexidade, não tem prazo fixado para a recuperação dos ecossistemas atingidos. Florestas centenárias às margens do Doce, quinta maior bacia hidrográfica do país, que já sofrem com o desmatamento, tendem a asfixia, pois a lama liberada pelo acidente deve provocar a pavimentação de uma grande área, tendo em vista que a lama seca forma uma espécie de cimento, onde nada cresce.

É importante lembrar que o acúmulo da mistura de ferro, terra e água que foi arrastada pelo leito da bacia do Rio Doce deve provocar o que se chama impacto invisível com consequências totais ainda imprevisíveis. Essa mistura que cobriu imensas áreas tende a alterar a dinâmica do equilíbrio do leito dos rios atingidos alterando os padrões de vazão e inundação do curso do Rio Doce e dos seus tributários. 

Fonte: O Globo

Neste sentido, a população que vive ao longo da bacia do Rio Doce sofre com a falta de água potável, bem como a agricultura, que garante a renda de diferentes famílias junto à pesca que também foi prejudicada. Outra atividade econômica da região que sofrerá é a própria indústria siderúrgica que depende da água.

Além do assoreamento dos rios, da morte da flora e da fauna, os dejetos devem alterar a dinâmica do PH dos solos locais, alterando as dinâmicas naturais da região.

Fonte: O Globo

Muitas pessoas perderam suas casas e bens materiais, e enfrentam a falta de água potável como os Índios da tribo Krenak, que possuem reserva cortada pelo rio e que estão sem água para sua sobrevivência.

Este acidente que já é considerado o maior da história do país, tende a dificultar o fornecimento da água por muitos anos, pois vão existir contaminantes que não que serão diluídos.

Fonte: O Globo

Além dos impactos ambientais e econômicos, o caso da barragem afeta profundamente as relações das empresas com relação à responsabilidade social, ética e transparência para com a sociedade.Rompe-se as barreiras, causam-se danos, mas espera-se a lição.

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Fonte: Colaboração do Geógrafo Luis Henrique Camargo (UERJ)

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