Do que uma criança realmente precisa?
O título e os trechos em itálico foram extraídos do site http://www.playground-inovacao.com.br/do-que-uma-crianca-precisa-de-verdade(Fernanda Furia, 19 maio 2015).
Todos nós, em algum momento da vida, seremos arremessados em um oceano de problemas e de situações sofridas.
Mesmo que a frase acima seja uma afirmação baseada num prognóstico negativo e pareça real ela não é uma verdade absoluta.Estar vivo é uma condição temporária. Superar problemas e/ou situações sofridas faz parte do viver ao lado de tudo de bom que a vida tem para nos oferecer.
Viver bem, amar e ser amado, ser útil, produtivo e feliz são as metas de cada um de nós no jogo da vida.
E as regras para se jogar esse jogo? Não são regras, são vivências e experiências positivas vividas na infância e no meio familiar.
São elas as responsáveis pelo fortalecimento da autoestima e da segurança que farão da criança um cidadão do mundo.
Bebês e crianças precisam vivenciar com regularidade momentos gostosos. Momentos que nutrem a alma em níveis profundos.
Esses momentos de felicidade ficarão registrados para sempre no seu inconsciente, serão como um guia por toda a sua vida. Estes momentos preciosos em qualquer situação crítica serão como um recado para o consciente de que a vida vale a pena ser vivida. Refletir, recomeçar e reconstruir em busca de novos momentos felizes.
Felizes são os momentos em que a criança é atendida adequadamente nas suas necessidades. Sem muitas faltas nem grandes excessos.
Ser aquecida no momento certo. Ser alimentada sempre que necessário. Ser confortada com a voz calma da pessoa que cuida. Sentir o toque gostoso de quem a ama. Ser compreendida. Ser protegida. Ser corrigida. Sentir os limites do que é certo e errado. Ser respeitada nas suas diferentes emoções. Poder se encantar. Brincar livremente. Se divertir. Aprender brincando. Ver seus pais se divertindo também. Sentir o tempo sem tanta pressa.
É certo que a vida nos grandes centros com o avanço da ciência e da tecnologia tem produzido efeitos positivos e negativos no relacionamento familiar. Por isso, achar o equilíbrio para que o impacto dessas mudanças e seus aspectos negativos não comprometam o relacionamento familiar é um desafio constante.
Em família ou não estamos cada vez mais distantes uns dos outros por necessidade e, até mesmo, por opção. Trabalhando, trabalhando além da conta, pelos mais variados motivos e conectados com o mundo virtual mais do que o razoável.
Para nós mesmos e para a criança justificamos a nossa ausência pela necessidade de atender as nossas demandas profissionais e materiais. Assim, acabamos por delegar a terceiros a tarefa que seria nossa e, consequentemente, os melhores momentos de nossos filhos. A vida flui com o tempo e o que passou jamais poderá ser revivido.
Paralelamente, por conta dessa “ausência justificada”, do cansaço do dia a dia e do estresse, também fazemos concessões indevidas quando deveríamos impor algum limite.
Ter tudo e poder tudo não é o suficiente, pelo contrário; no futuro a felicidade e sucesso de nossos filhos vão depender de uma bagagem mais subjetiva do que material, tais como a estruturação da autoestima que tem uma relação profunda com o ser amado e respeitado no convívio familiar, a confiança em si mesmo e nas pessoas, a sensibilidade, a solidariedade, a criatividade, a capacidade de tomar decisões e a ética.
O que mais ela precisa é da nossa presença, do nosso envolvimento nas suas atividades diárias, dando limites, orientando, contando histórias e brincando. Quando estiver com seu filho, desperte a criança que há dentro de você. Entre no mundo dele para valer. A criança e o jovem sabem diferenciar o momento em que você, realmente, entrou no mundo deles ou está somente de passagem.
E a família? E o filho que amamos?
O quanto estamos dispostos a mudar nossas próprias condutas para que a família e o filho sejam a nossa prioridade?
É preciso formar, é preciso educar na medida certa e estarmos, o mais possível, presentes positivamente no seu dia a dia.
Ronaldo Limoeiro