Quando o aliado se torna vilão

Quando o aliado se torna vilão

14 de abril de 2016
por Amanda Cordeiro Ribeiro -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


O WhatsApp, aplicativo de mensagens instantâneas para smartphones, é um grande aliado das famílias por permitir um trânsito facilitado de informações.

Criado em 2009, por ser gratuito, foi aos poucos substituindo os torpedos pagos. Comprado pelo Facebook em 2010, a rede cresceu vertiginosamente no mundo. Dentre os fatores que viabilizaram este crescimento estão a facilidade de comunicação com possibilidade de compartilhamento de imagens e vídeos e seu poder de engajamento.

Com o recurso de criar grupos, o aplicativo é utilizado pelas famílias para facilitar, reunir e ajudar os pais em prol da educação das crianças. Contudo, deve-se ter cuidado quanto à origem, a intenção e a interpretação das informações.

Outra grande preocupação com relação ao aplicativo é a grande aceitação entre os jovens, chegando cada vez mais cedo à realidade das crianças. Portanto, os pais devem zelar e orientar pela privacidade, segurança e qualidade dos conteúdos enviados e recebidos por seus filhos.

Tecnologia que aproxima também pode afastar

"... o ser humano tem uma necessidade de estar junto com o outro, de se relacionar e interatuar constantemente.

Pois é a partir do outro que o ser humano vai se construindo: somos gregários por natureza.

E a internet - particularmente as redes sociais - vem facilitando imensamente a realização desse desejo"

Katty Zuñiga

Através de grupos formados pelo WhatsApp consegue-se conhecer um pouco melhor os pais e os colegas de classe, identifica-se e compartilha-se problemas/dificuldades, marca-se reuniões/festas extra escola, sabe-se dos eventos e atividades escolares e tenta-se manter a união e o apoio mútuo do grupo. Só que não são só coisas boas que acontecem nesse universo.

O outro lado da moeda vem quando não filtramos a informação que nos chega ou quando substituímos a parceria com a escola e a orientação de profissionais qualificados pela opinião de grupos que não conhecem todos os fatos e estão emocionalmente envolvidos. Neste caso, o virtual nos afasta da possibilidade concreta de tratar a realidade.

Assim, vale a reflexão do papel que o WhatsApp está assumindo na tríade aluno-família-escola.

Caiu na rede, é peixe!

Já nos grupos formados por alunos, a preocupação se coloca nos conteúdos que podem ser compartilhados. Pelo fato do WhatsApp ser uma rede social restrita às pessoas adicionadas ao grupo, é importante que os pais orientem seus filhos a postarem informações de interesse comum e que valores morais e éticos seguidos em nosso dia a dia também sejam preservados no ambiente virtual.

Lembrando que a proporção que a informação pode alcançar nas redes sociais é enorme e que existem, desde 2014, implicações judiciais.

Outro ponto importante é a privacidade. Segundo a Safernet, Organização Não-governamental que recebe denúncias de crimes na Internet, o número de casos relacionados à exposição íntima tem aumentado.

Inconsciente coletivo

O conceito de Inconsciente Coletivo define, a grosso modo, que as pessoas constroem arquétipos da realidade baseadas nas informações (imagens, vídeos e conteúdos) que recebem. Portanto, as redes sociais vão moldando nossa mente e ajudam-nos a criar ilusões da realidade.

Por isso, seu uso deve ser criterioso, limitado e acompanhado de outras alternativas de comunicação. Adotado como única fonte de informação, esse recurso pode distorcer a nossa visão do mundo tornando-se rota de fuga para a vida que nos cerca.

Confira as dicas para o bom uso do aplicativo para a Educação:


Compartilhe:
Facebook Tweet