2009: O Ano Internacional da Astronomia

2009: O Ano Internacional da Astronomia

28 de janeiro de 2009
por Ricardo Abrate Luigi Junior -
Colégio Recanto - Rio de Janeiro, RJ


Em dezembro de 2007, a Assembleia-Geral das Nações Unidas proclamou 2009 como o Ano Internacional da Astronomia. A comemoração foi sugerida em outubro de 2006 pela União Astronômica Internacional (IAU, segundo a sigla em inglês), que coordenará as atividades em conjunto com a Unesco e foi formalmente proposta pela Itália. Estamos celebrando os 400 anos da astronomia moderna.  Em 1609 dois eventos grandiosos mudaram os rumos da ciência: as descobertas de Galileu e de Kepler.

O italiano Galileu Galilei, considerado por muitos o 'pai" da ciência moderna, apontou seu telescópio para o céu e encontrou evidências de que Mercúrio e Vênus giravam em torno do Sol, de que a Lua possuía montanhas e acidentes geográficos como a Terra e de que Júpiter tinha seus próprios satélites a girar a seu redor. Essa observação, aliada aos estudos que Galileu já tinha do tema, o fizeram ter embasamento para provar que a Terra gira em torno do Sol. Ele não criou essa idéia, sugerida pela primeira vez pelo grego Aristarco de Samos no século III a.C. Mas foi o primeiro a comprová-la.

Na mesma época, em Praga, o alemão Johannes Kepler publicou o livro "Astronomia Nova". Após oito anos de muita ansiedade e de montanhas de cálculos, ele conseguiu provar o que ninguém, em 3 mil anos de observações, jamais havia suspeitado: as órbitas planetárias são elípticas, e não circulares. No livro, Kepler demonstra isso apenas para Marte. Mas já foi o suficiente. O círculo, figura mais perfeita, deixou de ocupar o centro do palco. Kepler foi além. Na mesma obra, especulou que uma força emanando do Sol é a responsável pelas órbitas planetárias. É o embrião da teoria universal da gravidade, que seria desenvolvida por Newton décadas depois. Não é à toa que Kepler batizou o seu livro de "Astronomia Nova". Ele sabia que os céus jamais seriam os mesmos...

A descoberta de Kepler, do ponto de vista técnico e científico, foi tão importante quanto a de Galileu. Foi culturalmente menos revolucionária: de um ponto de vista leigo, o fato de que as órbitas dos planetas sejam elípticas e não circulares e sua velocidade esteja sujeita a certas relações pode parecer um mero detalhe, comparado a virar o universo do avesso. 

Neste 2009, vamos celebrar os homens e mulheres que, nos últimos 400 anos, trouxeram tanto do Cosmos até nós. A ciência, desde então, vem conseguindo grandes avanços. A tecnologia que começou com uma simples luneta, hoje explora desde geleiras marcianas até os confins do Universo; questões ainda não respondidas, como a origem do Cosmos e a possibilidade de vida extraterrestre povoam o nosso imaginário, e, cada vez mais, olhamos para o céu buscando essas respostas.


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